domingo, 27 de fevereiro de 2011

Os Golfinhos do Sado / 1ª Pescaria com a minha Made in Portugal

Boas,
Hoje vou deixar aqui as minhas duas ultimas pescarias de 23 e 25 de Fevereiro.

A 1ª dia 23, aqui no Rio Sado com o meu tio Jaime Beato.
Iniciamos a pesca ao choco aproveitando a deriva da baixa mar.
O vento estava mais forte do que o anunciado pelo Windguru, fazendo com que as linhas se colocassem na popa da embarcação o que a meu ver não trás grande sucesso neste tipo de pesca.
Por norma é mais fácil pescar com as linha no través.
Isto tem me levado a pensar se uma ancora flutuante não resolveria esta situação, algo que nunca vi ser feito aqui no Sado por os pescadores que praticam este tipo de pesca, mas que certamente ainda irei testar num futuro próximo.
Alias quando as linhas se colocam na popa não e possível pescar com mais que uma linha de mão senão é o embaraço total já pelo través não tende a acontecer com a mesma frequência.
Eu testei um palhaço roxo e outro multi-cores o meu tio um branco com listas vermelhas e um laranja.

Ficamos a pescar ao choco até as 11:30, tendo eu apanhado 3 chocos e o meu tio estava com o peso da grade em cima .
Como tínhamos combinado no dia anterior, não iríamos lá para fora, pelo que fomos testar a zona da Comenda ali a seguir a Albarquel.
Por norma não tenho grandes expectativas quando pesco aqui no Sado, quer pela minha fraca experiência em locais de pesca por aqui, quer pelo próprio local, que considero que tem correntes muito fortes não sendo possível pescar nas melhores condições.
Alias já não tenho a ansiedade de capturas que tinha no passado, isto porque conforme referi anteriormente, pesco por diversão e pelo bem estar que me proporciona um dia de mar onde esqueço tudo o que me rodeia de menos bom.
Também sei que este Rio Sado, não tem certamente as mesmas espécies que se podem apanhar lá fora em mares mais fundos e mais longe.
Acho que as fotos abaixo mostram aquilo que quero referir, digam lá se estas vistas não são óptimas para relaxar a mente.



Pescamos ali por volta dos 30 metros de profundidade, o fundeio não correu como esperava, o ferro garrou e ainda andei mais de 150 metros do local onde queria ficar.
Por norma o ferro costuma unhar à primeira, mas neste local já me aconteceu mais que uma vez ele garrar em vez de unhar devido às correntes fortes do local.
Toques quase zero, tendo eu apanhado um charroco, o qual foi devolvido ao mar.
Foi o único peixe que apanhamos, pelo que resolvemos voltar ao choco na margem sul do Sado, desta vez já com a maré a encher por volta das 15:00, com inicio da deriva ali no cabeço de Troia.
E a coisa correu bem, mais quatro chocos e um polvo para mim e o meu tio safou a grade com um choco.
Depois ao final do dia apareceram os nossos amigos, os Golfinhos Roazes, os quais vos passo a mostrar no vídeo que se segue.
Não tenho fotos das capturas deste dia, mas fica então o vídeo que vale mais que qualquer foto.
São estes momentos que me fazem pensar na sorte que tenho, em poder fazer aquilo que tanto gosto, pescar e poder apreciar todos estes belos momentos vividos até agora, neste caso, desta magnifica espécie que habita o nosso rio Sado.



A 2ª pescaria no dia 25-02-2010.
A minha prenda de natal só chegou agora, a minha primeira Made In Portugal.
Foi uma prenda a meias com minha mulher e a meu ver valeu bem a espera.
A ansiedade para testar a menina estava ao rubro e aconteceu ontem dia 25-02-2011.
Tinha combinado com o Nuno Paulino, que foi o construtor desta bela cana, efectuar uma pescaria aqui no Sado, isto para podermos testar este novo modelo, que o Nuno fez com os novos blanks de carbono.
No entanto, face ao trabalho que tem tido não foi possível, é bom sinal, outros dias virão certamente.
Assim, lá me fiz sozinho ao mar, e resolvi ir lá para fora, mais longe do que é habitual a fim de poder testar a minha nova menina, linda a meu ver, única e mais um excelente trabalho do Nuno.
É esta que vos mostro em seguida.




 
 

Mais fotos e pormenores da minha menina, bem como, para quem não conhece o seu trabalho, podem ver o seu blog aqui.


Por norma aproveito estas oportunidades em que vou sozinho, para aperfeiçoar varias coisas que sinto que tenho de melhorar, uma delas é o fundear e só o fazendo várias vezes é que posso melhorar algo que sei que não está bem.
Assim, sai logo lá para fora, iniciei a pesca ao choco perto do Sol Tróia, por volta das 8:30.
A minha ideia era ter ido logo pescar para o Mar de Manteiga, mas ao ver algumas embarcações ali perto do Sol Tróia, lembrei-me das boas pescarias ao choco que fiz ali com o meu amigo Alentini e cai na tentação.
Mas a coisa estava fraca, estavam lá mais de 10 embarcações e após conversa com alguns pescadores, foi o que me foi dito pela maioria.
É engraçado que sinto que alguns de nós pescadores, não precisam de conhecer quem está na embarcação ao lado para meter conversa, a coisa flui normalmente como se já nos tivéssemos conhecido anteriormente.
É algo natural de quem partilha esta mesma paixão pelo mar.
Apanhei dois chocos e perdi outros dois a cerca de um metro da embarcação.


Imagem

9:30, lá segui para o Mar de Manteiga, um pouco abaixo do São Luís.
Depois de alguma sondagem no local lá vi uma marcação interessante e fundeei.
Cana montada e lá começou a pescaria.
Montagens habituais, isca sardinha, lula e camarão.
Chumbada inicial de 180 gramas, mas face à forte corrente sentida no fundo, foi substituída por uma de 215 gramas, com a qual me mantive até ao final da pescaria.


Meia hora passada e toques nada, então eu ali a querer sentir o trabalhar da minha cana nova e nada.
Vai de levantar ferro e ver outra marcação que havia passado anteriormente.
Os sinais ainda lá estavam, mas já em menor quantidade, pelo menos na marcação de sonda.
Ferro para baixo e desta vez não fiquei tão perto quanto gostava, vai de levantar ferro novamente e nova tentativa de fundeio, mas a marcação teria desaparecido, fiquei por ali mais de meia hora e tive um toque na cana, que nem me deixou perceber como era o trabalhar dela.
Resolvi levantar ferro e vir para mais perto, vim para a zona do São Luis.
Sondei bastante ali à volta e fiz mais 3 fundeios em outras pequenas marcações que tinha visto, a coisa estava mesmo feia, a sonda estava sempre a dar sinal de alarme de temperatura que está definida para os 12 graus, a temperatura da agua estava nos 10 graus.
Os pescadores mais experientes, bem me têm dito que nestas alturas devo procurar pescar um pouco mais fora, pois face às baixas temperaturas da agua o peixe estará mais afastado da costa.
Já tinha fundeado em 6 sítios diferentes, o que foi bom para praticar o fundeio, bem como o levantamento do ferro com a balona.
Algo que certamente levando companhia seria mais fácil, mas por norma as pessoas que levo comigo não têm muita paciência para o fundear, nem dão a devida importância a este aspecto que cada vez considero mais importante. Fundear no sitio certo é meio caminho andado para um bom dia de pesca, e para o fazer correctamente, certamente só com a pratica constante conseguiremos o aperfeiçoamento de tal arte. Sim, porque assim como pescar é uma arte, para mim, fundear também o é.
Sondar também é extremamente importante na pesca embarcada, mas mais uma vez a maioria não tem paciência para sondar, o que querem é pescar.
O facilitismo com que alguns vêm a pesca é engraçado. Até parece que a pesca é uma ciência exacta onde chegamos a determinado ponto e basta ter cana, anzóis, fio e carreto meter isco e já está.  
Já estava cansado de tanto levantar ferro e voltar a fundear e acreditem que fazer isto sozinho é cansativo mas quem corre por gosto não cansa.
Estava em brasa, então vinha eu cheio de animo para testar a cana e o carreto novo e só tive uma picadela em quase 4 horas de pesca.
É isto que a pesca tem de interessante, por não ser uma ciência exacta, que teremos de testar e ver o que está mal, certamente são estes dias em que mais aprendemos, pelo menos alguns de nós, que pensam na pesca como um todo e não só nas capturas.
Resolvi seguir para fora, fui para longe, onde ainda não tinha estado, ali para as Malvinas ou Maldivas como alguns pescadores lhe chamam, ou o mar da bica, conforme me foi referido aqui no comentário de um post anterior do meu primeiro parguito deste ano, pelo menos penso eu ser por ali.
Sei que demorei cerca de uma hora e meia a sondar, percorri mais de 3 milhas para fora desde o São Luís até ao ponto onde fiquei, por volta dos 78 metros de profundidade.
É por isto que às vezes gosto de ir sozinho, porque não tenho a pressão de ninguém e sinto que posso fazer o que quero, como penso no momento.
Estavam duas embarcações na zona, por volta dos 70 metros a colocar os covos e resolvi seguir um pouco mais para fora de modo a não prender o ferro nalgum daqueles cabos.
A marcação de sonda estava lá, bem grande e continua e eu já estava ao rubro.
Iniciei a pesca ali por volta das 15:30, já tarde, mas ainda queria arriscar para ver se tirava algumas conclusões.
Depois de ver a deriva no gps e de ter fundeado 6 vezes nos sítios anteriores, estava mais confiante para este fundeio.
E assim foi, fundeei e vi que a deriva me estava a levar para o ponto marcado no gps, dei mais um pouco de cabo e lá estava ela, a marcação de sonda que havia visto anteriormente, uma montanha grande agarrada ao fundo, com amarelos e vermelhos. Será que é desta, aos 78 metros.
Lá vão as primeiras iscadas de sardinha, paragem do fio a meio caminho para reduzir o seio e assim que toca lá em baixo sinto os primeiros toques, que maravilha esta caninha nova a pescar quase aos 80 metros e os toques eram bem perceptíveis.
Ainda demorei um pouco a habituar-me à acção da cana, que em muito difere da minha anterior, mas umas iscadas depois e começaram os primeiros besugos.
Aquilo estava demais, as iscadas desciam e nem 5 segundos começavam os toques.
Depois de apanhar mais ou menos o jeito da minha nova caninha, era certinho, assim que lhe tocavam ferrava alto e lá vinha besugo.
A partir do terceiro besugo, senti um toque diferente, o Quantum Cabo, começou a trabalhar a embraiagem e pensei que teria de ser algo maior, os braços já acusavam o cansaço do dia e ainda não me tinha habituado ao material, mas lá acabou por vir um peixe porco com mais de quilo e meio, bem me enganou este malandro.
Rápida reposição de iscas e continuaram a vir mais uns besugos e mais uns toques sem conseguir ferrar nada.
Por volta das dez para as cinco, na ultima iscada, lá sinto um toque mais forte, espero o segundo, ferro alto e lá vinha a minha primeira bica de quilo deste ano.
A coisa prometia, ainda tinha um kg de sardinha, vários camarões e uma lula,mas tinha de ir a Lisboa e infelizmente não pude ficar mais tempo.
Ainda fiquei quase quinze minutos a tentar tirar o ferro que ficou preso, mas à terceira tentativa lá se soltou.
O carreto trabalhou lindamente e a cana em nada se ficou atrás.
Resultado, sete poitadas diferentes, um dia de muita procura que terminou com quase hora e meia de pesca a dar bons resultados e após muita persistência da minha parte.
É assim a pesca, é nestes dias que mais aprendemos, quando as coisas não correm bem, e temos de ver o que está mal e mudar em vez de dizer, hoje não à peixe, ou inventar outras desculpas habituais para não dizer que falhamos em algo.
Para a próxima e se as aguas  se mantiverem assim tão frias, vou logo lá mais fora.
Bem que o mestre Ernesto Lima me tinha avisado.
Quanto ao material, cana e carreto, 5 estrelas, ainda me tenho de adaptar um pouco melhor à cana, mas não se negou a nada.
Eu que não estava habituado a pescar aquela profundidade, agora entendo que sem este tipo de material, cana e carreto, seria impossivel para mim pescar ali, é aqui que penso que existirá a grande diferença em termos de material.
Agora, é algo que me sinto preparado para fazer com mais frequência, ir mais fora e mais fundo.
Aqui ficam uma fotos da pescaria feita em uma hora e meia, em que lá consegui dar a volta à situação, piores dias viram certamente, isto em termos de capturas, mas este até teve um final feliz.
Deixo também  algumas imagens do regresso com a recepção do meu filho e da minha mulher para me ajudarem a tirar a embarcação da agua.
Imagem
Imagem
Imagem
ImagemImagem

Até a próxima e obrigado a quem acompanha este Blog e me aconselha, pois sinto que a minha evolução na pesca não seria possível sem os conselhos dados pelos mais experientes.
Bem hajam a todos vós.


4 comentários:

fernando dores disse...

boa tarde amigo rebolo, ja dei uma olhada nestas suas ultimas aventuras e que aventuras ,descupe dizelo mas você tem passiençia de santo e espitrito calmo ,eu se tivesse que levantar ferro 6 vezes sozinho jogava-me ao mar he he he ...fiquei contente por te aceitado o meu convite será um prazer telo a bordo levo sempre comigo o meu grande amigo e compadre e você se quizer se fazer acompanhado de algum amigo seu serão bem vindos tambem é claro .em relação á pesca vejo que cheirou o tal pesqueiro e paresse que gostou dele certo ? por essa zona tenho lá umas marcas fantásticas que irá adorara pois são pesqueiros que fazem cançar os braços de verdade acredite .estarei de volta no dia 16 de março se deus quizer depois lhe darei um toque a para combinarmos algo ok .não sei se tem contacto telefonico aqui se não mandarei-lhe uma mensagem um abraço amigo ass:fernando dores

fernando dores disse...

amigo deixeme dar-lhe mais uma dica desta vez em relação aos chocos .pela foto que apresenta desse senhor com a pesca dos chocos eu reparei que está mal (feita) a minha opinião desculpe por isso .eu pesco aos chocos há muitos anos antes de existir palhácos ,pescavasse com gibs chumbo com cores e uma fiada de agulhas .eu aprendi com alguns profissionais da matéria pois enquanto apanhava 5 kg eles ui ui até doia .não sei que palhaços usa mas os da vega 1euro esqueça não vale a pena ...compre hiamachita 6euros mais ou menos são iguais aos da vega mas gigantesca diferença tem a ver com o trabalhar debaixo de agúa o pesso calibrado faz o palhaço trabalhar tal e qual o camarão ,você usa o palhaço muito a cima do fundo errado acima da chumbada não mais que 10 a 15 centimetros de altura depois o estralho com uma braça tente e depois diga algo .se pescar na costa ou no rio com maré de feicão ponha três pescas a rola deixias trabalhar e de vez em quando deia um puxão para ver se tem choco é o que quanto basta e verá ui ui se ouver chocos para apanhar baldinho cheio amigo ,desculpe se de alguma forma reparo a sua forma de pescar mas é com boa intenção alguma duvida mande sempre abraço amigo ....deixolhe o meu email pessoal ----pescanando2008@hotmail.com

Ernesto Lima disse...

Viva Tiago!

O que me parece é que a boa atitude em acção de pesca, na procura, na persistência, aliada a material a condizer; já estão a dar os seus frutos, numa árvore que cresce em cada dia de prática.

É preciso ouvir... daqui, dali e principalmente pescar... muito!

Abraço

Ernesto

Rebolo disse...

Boas Fernando Dores,
É certo que gostei do pesqueiro mencionado, mas a experiência a pescar aquelas funduras não é muita.
Quanto aos chocos, também tenho dois desses palhaços que refere, mas não os uso no Sado pois perder por aqui palhaços é o prato do dia com a quantidade de redes e cabos que se encontram por aqui espalhados no fundo do mar.
Estão sim reservados lá para fora para a zona do sol troia, mas naquele dia não foram à agua estou a aguardar que chegue a altura deles.
Irei certamente testar a alteração que refere em relação às montagens.
Ainda me lembro no inico da minha pesca ao choco pescar com fluorcarbono gastei uma bobine de 50 metros para fazer montagens, coisas de quem não sabe nada deste tipo de pesca, e que na altura tudo aprendia sozinho sem ajudas e conhecimentos de ninguém.
Depois em conversa com um pescador numa loja de pesca vi que utilizava fios normais e bem mais grossos para a pesca ao choco.
É assim, temos de ouvir quem mais sabe, eu sou humilde na pesca e todas as dicas são bem vindas, desde já o meu obrigado pela sua atenção.
Quanto às montagens vou já testar da próxima vez e depois digo algo.
Forte abraço e até breve.


Caro Ernesto,
Como deves calcular és uma pessoa que admiro muito, não só enquanto pescador mas enquanto pessoa na sua verdadeira essência.
A minha evolução na pesca embarcada é certamente em grande parte devida à tua pessoa, não tenhas duvidas disso. Foram os teus relatos e o teu blog que me fizeram crescer esta paixão desta forma tão envolvente.
Assim, deixo aqui o meu forte agradecimento à tua paciência para comigo e a todas as dicas dadas que tornaram certamente a pratica mais facilitada.
Muito ainda tenho para aprender, tenho perfeita noção disso mas é sempre um prazer ver os teus comentários aqui no meu blog, de alguém que eu considero um verdadeiro Guru da pesca embarcada.
Muito espero continuar a aprender contigo e com outros que me queiram ensinar.
O meu muito obrigado em especial para ti amigo.
Forte abraço