O Primeiro Parguito de 2011

Foi com este mar que iniciei a pescaria de ontem.
O Windguru dizia 2.5 m, mas a coisa estava mais calma.
Como me dizem os pescadores mais experientes, o Cabo Espichel, diminui o tamanho da vaga aqui na costa de Tróia pelo que deveremos retirar metro a metro e meio ao anunciado pelo windguru e com o vento calmo como esteve no Domingo ainda melhor.
Pescaria combinada com os amigos Alentini e Matzinger.
Isca sardinha, lula, ameijoa, muito pouco camarão e as algumas sardas que íamos apanhando.
Montagens habituais para mim, e para o Matzinger,  Madre 0.40, dois estralhos 0.35 com anzois 1/0 em cima e 2/0 em baixo.O Alentini pescou com montagem de missangas transparentes e três anzóis nº 3.
Chumbadas 140 gramas.
10:00 iniciamos a pesca ao choco, desta vez lá fora, depois do bico das lulas.
Eu palhaço roxo, o Matzinger azul e o Alentini azul e outro verde salvo erro.
A maré iria iniciar a enchente por volta das 10:45, pelo que ficamos por ali até as 11:00, foi uma hora de pesca ao choco.
Resultados eu 0, o Matzinger 1 e o Alentini 2, sendo um deles bem acima da média conforme se pode ver na foto em baixo.
Estavam mais embarcações ao choco, mas mais perto da costa e por acaso as boas pescarias que fiz ao choco foram mais perto da costa. Mas reina sempre aquela incógnita, se pescar aqui ou ali vai ser melhor ou pior?

Lá seguimos nós para o São Luís, estava um barco de marítimo turística na zona, o que nos levou a pensar que lá mais fora a coisa estava fraca, pois por norma só vem para ali ao final do dia para acabar a pescaria, quando as coisas não correm bem lá fora.
Os golfinhos andavam na zona, aparecendo de vez em quando à volta da embarcação.
Iniciamos a pescaria mais perto de terra por volta dos 29 metros.
As marcações de sonda estavam muito boas, vendo grandes montanhas de peixe agarrado ao fundo e a meia agua.
Mais uma vez não fiquei onde queria, mas é algo que terei de praticar sozinho, pois este pessoal que levo à pesca, vai poucas vezes e não têm muita paciência para estas coisas o que querem é pescar.
Eu entendo-os em parte, porque quando não tinha embarcação o que queria era mandar as iscas para baixo, pensava lá eu em marcações de sonda ou fundear aqui ou ali, tá bem tá, eu queria era pescar.
Mas hoje, também sei que estes pequenos grandes pormenores fazem diferença.
Tivemos alguns pequenos toques e alguns besugos, mas muito pequenos, tendo sido devolvidos ao mar.
Pelo menos alguns foram devolvidos.  Na minha embarcação não entra peixe abaixo da medida, mas eu pessoalmente devolvo neste momento à agua peixes acima da medida.
Os que me acompanham, sentem a diferença, pois constantemente em tom de brincadeira lhes chamo assassinos, e eles cada vez que apanham um peixe me perguntam se fica ou não. Mas quem sou eu para criticar alguém, desde que seja acima da medida tudo bem, eu entendo também já fui assim. 
Com isto não quero dizer que sou melhor ou pior. Apenas sinto que foi uma evolução, não em termos de pesca em si porque ainda tenho muito para aprender , mas uma evolução em termos de mentalidade.
Em parte porque sei que posso pescar quando quiser, isto tendo em conta as condições do mar, e também porque sinto neste momento mais prazer e felicidade num dia de mar do que propriamente fazer uma boa pescaria, é um escape que cada vez dou mais valor, por poder ter o prazer de estar ali a fazer o que gosto.
Bem voltando à pesca em si, o Alentini com anzóis mais pequenos logo nas primeiras decidas apanha uma bica, depois ia apanhando uns carapaus pelim, bons para uma fritada com um arroz de tomate que ele queria fazer, bem como pequenas safias, besugos e judias ou peixe piça como lhe chamamos.
Ainda meti um dos peixe piça apanhados pelo Alentini no anzol de baixo, mas sem qualquer sucesso.
Era peixe pequeno que andava ali e os os pais e os avós teimavam em não tocar nos nossos anzóis.
Bogas foram poucas as que entraram penso que duas e para meio da pescaria entrou este belo exemplar.
 

 

Montaria, é o nome deste exemplar que vêm acima, ou nome Cientifico: Montari montaris 

Como já referi, o Alentini, trás quase sempre uma pinga para o pessoal, gosta de apreciar o vinho da sua terra, o Alentejo.

Este foi para acompanhar as pataniscas de peixe porco que levei, as quais foram elogiadas, deixando aqui o meu agradecimento por tal.

O vinho soube a pouco, por minha culpa que disse ao Alentini para levar só uma garrafa e ao próprio Alentini que derramou um pouco na embarcação.

Chamo a vossa atenção para os perigos que se corre ao pescar com este tipo de jardineiras que viram na foto acima caso se caia ao mar.
Eu actualmente após colocar o barco na agua e já dentro da embarcação ou tiro ou coloco-as dobradas para fora, mas as minhas não são jardineiras, e dobradas ao meio ficam só galocha, além de serem dois números acima, caso caia na agua saltam facilmente.
Mas ele até diz que quer fazer um teste no verão na praia, é mesmo teimoso este gajo.
Nos meus tempos de Marinha, aquando cumpria o serviço militar, fiz alguns exercícios dentro de agua numa piscina com fato de macaco e digo-vos que nadar com fato de macaco custa muito, a maioria dos que nadam razoavelmente, não consegue fazer uma piscina de 50 metros, quanto mais com umas jardineiras destas que são estanques.
Fica aqui novamente o recado dado.
Os teimosos são os que mais arriscam, sejam teimosos, mas só no que não vos pode tirar a vida.

A segurança em primeiro, as pescarias depois.

De tarde fomos mais fora e mais uma vez não fiquei onde queria, mas desta vez fiquei mais perto da marcação vista anteriormente após a passagem no local e respectiva marcação no GPS.

Mais uma vez bem vejo a pressão do pessoal quanto ao fundear. Aquilo basta a sonda mostra algo lá em baixo que dizem logo é aqui pá, depois vou sondando um pouco mais e as marcações vão crescendo e certamente quando eu for grande, "isto enquanto pescador" hei-de conseguir fazer mais e melhor e ficar mais perto das marcações e ter certamente outras noções da pesca em si que não tenho hoje.
Pelo menos assim espero eu, crescer neste mundo do mar e da pesca, aprendendo cada vez mais algo que tanto me atrai e poder dar a mim e aos companheiros da pesca esses momentos que trazem sempre felicidade, boas capturas.
Certamente que muitos dirão, mas porque escrever aqui estas porcarias todas? Eu respondo.
Isto de ter um Blog, é algo pessoal.
Para mim a pesca embarcada veio devido a uma alteração de mentalidade na minha pessoa e na minha forma de estar na vida. Algo que fiz motivado por muita coisa que não vou estar para aqui a referir e encher isto de coisas pessoais. Já o faço um pouco mais do que o tema da pesca, fazendo uns desabafos de vez em quando.
E é isso mesmo que tenho enquanto justificação, os desabafos.
Em tempos passados fui pessoa de guardar para mim muita coisa que não devia, palavras e sentimentos que ficam cá dentro e que todos nós sabemos que não devemos guardar algo que deve sair, porque mais tarde vai nos fazer mal acumular tanta coisa.
As coisas têm de ser pensadas, ditas e sentidas, a palavra é algo para mim de peso, mas na sociedade de hoje, cada vez tem menos peso e menos valor.
As vezes bem me lixo por acreditar demasiado na palavra dos outros, mas até me falharem todos iram ter o meu respeito e a minha confiança.
Mas hoje em dia sinto que sou mais directo quando tenho de ser, continuando a ser uma pessoa humilde.
Isto para que me possam conhecer um pouco melhor e dizer que escrevo o que sinto no momento em que escrevo, porque não planeio nada na escrita, simplesmente me sento aqui e vou escrevendo o que me vai na alma no momento.
Não faço isto para agradar alguém em especial ou ter aqui uma forma de rendimento ou reconhecimento.
Faço isto porque gosto de o fazer. É o meu espaço, onde escrevo o que quiser como quiser.
Agradeço sim, a quem me segue e gosta do que vou fazendo.
Engraçado é que não tenho nenhum comentário dos amigos que levo à pesca, terão eles medo de algo?
Isto é só uma forma de os picar, porque sei que alguns lêem um pouco do que vou escrevendo.
Como já referi anteriormente comentários são sempre bem vindos, sugestões, criticas e opiniões também.
Assim com gosto de pescar e aprender, gosto de o relatar aqui, como se fosse o meu diário da pesca, por sentir que isto também faz parte da pesca em si. 
Não sendo até coisa que gostasse de fazer, escrever, senão até já teria tido um diário.
Mas seguindo novamente para a pesca em si.
Eu estava bem atrás dos meus companheiros. Isto, quer em termos de capturas quer em termos de posição na embarcação, ficando os dois Ricardos na popa e eu no traves.
No choco zero, no primeiro local zero, pelo menos para ficar no balde.
E a mim sempre me disseram que não se deve apanhar mais peixe que o dono da embarcação.
Isto sou eu a brincar com os amigos que me acompanham.
Mas ate não me correu mal o final do dia.
Já foi perto das quatro da tarde que iniciei as minhas capturas, já o Matzinger não estava em acção de pesca e o Alentini tinha vindo para o outro lado então lá fui eu para a popa.
As capturas tinham começado tarde para mim, comecei com uma safia, depois um Besugo pequeno e dois XL
Depois nova prisão de chumbada 140 gramas, a 2ª que ficou por lá, tendo eu metido uma redonda de 70 gramas que tinha ali à mão.
Veio o Parguinho, o primeiro de 2011, o qual pesquei com uma chumbada redonda de 70 gramas a sentir correr um pouco no fundo, algo que quis experimentar.
No segundo lance após o Pargo a chumbada redonda prendeu e fiquei sem ela, foi a terceira neste dia, subi as iscas e vi que estava boas mas sem chumbada, eram perto das cinco da tarde a isca tinha acabado e deixei correr a montagem sem chumbada só com o peso das iscas, vi a mesma a afundar muito lentamente à medida que a corrente as levava deixei sair fio +/- 30 metros, fechei a asa de cesto do carreto e zás sinto esticada,  para finalizar duas sardas.
Tudo isto com sardinha, tirando a safia que foi à lula e que por esquecimento ainda não pus nas espécies capturadas. Ainda não é desta.
Foi num dia onde insisti em todas as iscas mas maioritariamente na sardinha.
Um dia onde perdi um peixe grande, rebentou o estralho 0.35 e onde fiquei sem três chumbadas que prenderam no fundo.
Já a algum tempo que não gastava quatro montagens e três chumbadas num dia só, os fios foram ficando demasiados marcados.
Talvez esteja na altura de pensar num fluorcarbono melhor para os estralhos.
Não me tem acontecido, mas neste dia aconteceu, mas não é por isso que deveremos desmotivar, senão não éramos pescadores, as pessoas mais pacientes do mundo..........lol.
Aqui ficam algumas fotos da pescaria.

Dos Pescadores

E do mar, se virem bem a primeira foto que coloquei neste post, podem ver bem a diferença, por volta das cinco da tarde, a maquina do Matzinger, tinha uma hora adiantada.
Estava assim como mostro abaixo, um verdadeiro lago.
Na primeira foto podemos ver a embarcação Moreira, já ali tinham estado, tendo regressado um hora depois de alguma sondagem ali à volta.

Estou ansioso para a próxima pescaria, mas face ao tempo anunciado, não será tão breve como contava.
Vou aguardar com grande ansiedade, pois para mim, grandes novidades vêm ai, mas isso fica para contar na próxima pescaria, ou quem sabe num post para intercalar entre a próxima pescaria e o mau tempo que vem por ai.