terça-feira, 4 de janeiro de 2011

As Primeiras de 2011 / Parabens Pequenina

Boas,
Que bem que me sinto, após dois dias de pesca.
Já não ia lá para dentro, à mais de um mês. A vontade e a ansiedade, estavam mesmo no pico.
Primeiro dia 02-01-2011, pescaria decidida à ultima hora, com o Ricardo Alentini.
Como já referi anteriormente, estas coisas decididas à ultima hora, dão sempre azo a esquecimentos.
Já vos explico porque.
Como o tempo tem andado incerto, resolvi ir vendo o windguru, por esse motivo é que a pescaria foi combinada à ultima hora.
Também estamos em tempos de festas e pelo menos eu, tenho de recuperar de tanto comer nestes últimos dias, metendo de lado um pouco da pesca em si.
Neste dia, foi o nevoeiro o prato do dia, foi desde as sete da manha até às três e meia da tarde nevoeiro cerrado aqui no Sado.
Nem me atrevi a ir lá para fora. O mar estava calmo, mas não me atrevi, porque me esqueci do GPS.
Lá está, coisas não reverificadas dão azo a isto.
Ia jurar que o tinha metido na mala, mas era uma caixa de óculos de sol, que meti na mala em vez do GPS portátil.
Ai a ansiedade. O que faz ter tanta vontade de ir pescar. A vontade é tanta que nem verificamos as coisas com cabeça tronco e membros.
Outra coisa que me esqueci de verificar a isca. Tinha 4 Kg de sardinha congelada, em 3 sacos diferentes mas todos metidos dentro de outro saco, mas estavam tão agarrados com o gelo que tive de levar tudo.
O objectivo era tentar fazer de tudo um pouco aqui no Sado. Iniciar o corrico, ir aos chocos e depois talvez  um pouco de pesca ao fundo. Só para matar o vicio. Ir lá para fora, não fez parte dos nossos planos.
Entramos na agua por volta das nove da manha, o Sereno(nevoeiro), como dizem nos Açores, estava bem presente.
Vai de ligar luzes e reflector de radar, a visibilidade era cerca 50/100 metros.
Cana montada, Multi-filamento 0,25, chicote mono 0.40 com 15 metros de comprimento, depois o nó de união com o fluorcarbono com cerca de dois metros 0.50 , faziam o travamento da chumbada com um destrocedor de correr. Carreto de sppining tica 4500 GT, com a embraiagem bem aberta, o sufciente para que não deixasse sair linha após o andamento da embarcação. Uma chumbada a correr com 100 gramas e um vinil azul da quantum.
Vai de começar o corrico, o meu primeiro, pois a maré estava a encher e para irmos ao choco, precisávamos de ir para a entrada da barra para iniciar a deriva, esse trajecto, contra a corrente, era bom para fazer o  corrico.
Assim, aproveitava para imprimir uma velocidade mais baixa à embarcação cerca de três nós, que é bom para o motor aquecer e alem disso, era a velocidade indicada face ao nevoeiro e ao tipo de pesca pretendido.
Dei cerca de 60/70 metros de fio e vamos embora.
O Ricardo, após me ver por o vinil na agua, perguntou-me se podia montar uma cana com uma amostra, é que tinha trazido umas quantas da Rapala e queria experimentar. Disse-lhe que sim, desde que fosse com uma amostra de superfície, isto para não haver embaraços entre os fios, pescando eu mais fundo e ele mais à superfície.
Conselhos que vi e ouvi por ai e que fazem sentido, pois quando viramos a embarcação, à mais tendência para o enrolar dos fios. Caso vão os dois à superfície e à mesma distancia ou mais fundo e à mesma distancia. O indicado para mim, uma vez que a  minha embarcação tem 1,82 m de boca e face à distancia curta entre os porta-canas quando trabalho com duas canas, " nem com uma sei trabalhar, quanto mais com duas" mas, quando se trabalha com duas o que vi e que devem trabalhar a distancias e alturas diferentes.
Então, vai de montar mais uma cana e meter uma amostra de superfície.
A coisa correu bem, quer dizer, podia ter corrido melhor se tivesse apanhado algo e pior se os fios se tivessem embaraçado.
Também não estava à espera de apanhar algo logo na primeira viagem da rampa da Mitrena, até à entrada da doca das Fontainhas. No fundo, tudo tem de ter um começo e certamente só praticando poderei tirar algumas conclusões.
Então chegamos ali perto da Doca das Fontainhas, sempre navegando perto da margem, para não ficarmos sem saber onde estávamos, pois o nevoeiro foi ficando cada vez mais denso.
Iniciamos a pesca dos chocos e a coisa não correu mal, pelo menos para o Ricardo, ele estava com um palhaço azul, e eu com um roxo. Ele já tinha apanhado 4 chocos e eu 0.
Entretanto lá me rendi às cores e meti um azul também, é algo que certamente só com o tempo poderemos associar, as cores dos palhaços em relação ao tom de agua.
Quando vamos ao choco normalmente pescamos com palhaços de cores diferentes, isto para ver os resultados e assim podermos tirar conclusões.
Lá se safou o dia com algumas capturas de chocos sendo o azul a cor que ganhou neste dia, ainda testei um rosa e um multi-cores, sendo que este ultimo também apanhou 1.
Era uma da tarde eu tinha 4 o Ricardo uns 8/9, um deles acima de meio Kg certamente. Não tenho fotos pois o nevoeiro era tanto, que o telemóvel não tirava foto nenhuma de jeito e a bateria era pouca.
Acabamos a pesca ao choco, por volta da uma e meia da tarde e o nevoeiro estava cada vez mais denso, tão denso, ao ponto de estar no meio do rio Sado e não saber para que lado estava a margem mais próxima.
Depois, lá vi o través do ferry-boat,  a uns 100 metros da minha proa, estava a ir para Tróia, foi então que resolvi segui-lo e pescar um pouco depois do cais do ferry.
Entretanto o Ricardo Alentini, com a sua cana com a amostra, quase que apanhou uma Baila pequena, mas a mesma fugiu, possivelmente mal ferrada, pois fugiu a um metro da embarcação. 
Ia-mos brincar um pouco com os alcorrazes, eu bem oiço dizer que aqui dentro, ao pé da Comporta se tiram douradas pequenas, acima de palmo,  mas não sei onde fica, nem nunca fui para aqueles lados.
Talvez seja algo a explorar, lá ao pé da Ponta de Pêra, local que já me foi recomendado e que já marquei no GPS, mas o GPS não estava comigo e o Nevoeiro estava demais, não havia meio de levantar.
O nevoeiro só levantou por volta das três e meia apanhei uns alcorrazes, os maiores que isto são bichos bem pequenos, os outros iam para dentro de agua.
Só queria fazer uma fritada, trouxe uns seis.
Depois, já com uma boa visibilidade, sai dali e vim para  Margem norte, voltamos ao cocho, desta vez com a vazante já a correr, fizemos a deriva da Lisnave até a rampa da Mitrena onde acabamos o dia.
O telemóvel ficou sem bateria e não tenho nenhuma foto deste dia, o qual me fez sentir bem, pelo dia bem passado e por saber que iria voltar lá no dia seguinte, esperando que o nevoeiro se fosse embora.



E chegou bem rápido o dia de ontem 03-01-2011.
Deitei-me cerca da uma da manha, desta vez com tudo reverificado para não haver esquecimentos para a manha que já estava a caminho. O windguru dizia que iria haver uma chuvinha das nove ate à uma da tarde, mas era coisa pouca, a vontade de lá ir derrubava a chuva. Desta vez com o meu Tio Jaime.
Sete da manha, venho ao terraço, o sol já havia nascido. Nevoeiro nada. As nuvens negras estavam um pouco acima da Serra da Arrábida. No lado contrario, a Este ou Leste, como me ensinaram na escola náutica, estavam uns poucos raios de sol, que saiam por entre as nuvens mais brancas.
Segundo o que me ensinaram também se diz Leste, para que aquando em navegação, não se confundir foneticamente, Este com Oeste, porque muitas vezes no mar com o vento forte confunde-se os pontos Oeste com Este em determinadas ordens dadas, em especial na competição à vela, o que pode trazer erros de navegação.
Passando à pesca então, entramos perto das nove da manha, na Mitrena.
A maré estava a encher e lá fomos nós ao choco, não sem a caminho, conforme havia feito no dia anterior, fazer um corrico.
Desta vez com uma amostra afundante.
O meu tio, também quis montar uma amostra de vinil parecida com a red gill, mas a coisa não correu bem, a determinada altura a minha amostra não entrava dentro de agua, estava sempre à superfície a cerca de 90 metros da embarcação víamos a amostra aos saltos. Ainda pensei que fosse da velocidade, mas o efeito supostamente é o inverso quando mais  velocidade imprimimos, mais a amostra afunda. Isto porque estava a utilizar uma amostra afundante.
Os fios tinham se cruzado, fazendo com que a amostra viesse sempre à superfície.
Vai de recolher fio e iniciar a pesca ao choco.
Ficamos uma hora, mais coisa menos coisa aqui dentro do Sado, estavam uns quantos barcos lá mais atrás mas resolvi começar a  deriva mais à  frente, perto da Bóia de sinalização de perigo a Este, que está virada ao contrario desde o ano passado.
Bóia, que boia é esta?
É uma marca cardeal Oeste. Indica que as águas profundas se situam a Oeste e o perigo a Este.

A bóia da foto chama-se João Farto, e encontra-se no Sado a fazer a separação do tráfego de grandes navios entre os canais norte e o sul e impedir que encalhem nos baixios situados a Este.
Não entendo é o porque, de à mais de um ano, que está virada ao contrario.
Isto de facto à que ser verdadeiro, a cidade de Setúbal, está muito mal aproveitada em termos de náutica de recreio. Não temos uma marina de jeito e lugar para barcos só mesmo em casa.
Algo que não entendo e que me faz grande confusão, com um litoral destes e tanto espaço para fazer uma marina. Mas passando à frente, vou falar da pesca em si.

Iniciamos a deriva, a agua estava com um tom diferente, mais esverdeado e com menos alga. No entanto, resolvi apostar novamente no palhaço azul, que tanto sucesso teve no dia anterior.
O meu tio estava com um Laranja e depois tentou com outra cor que já não me lembro.
Mas os chocos não estavam para ai virados, os poucos pescadores que passavam por mim para iniciar a deriva, bem faziam cara feia e diziam que a coisa estava fraca.
Mesmo assim, ainda me safei com dois chocos e um polvo razoável, o meu tio levou a grade com ele.
Ainda parei ali um pouco à frente da marina de Tróia para mais uma pequena deriva, mas nada.
E lá seguimos nós para a pesca ao fundo, hoje iria testar algo diferente, algo mais perto que o habitual e mais fundo, pescamos aos 53 metros de profundidade.
Resolvi pensar que o peixe esta em todo o lado, e não ir a nenhum ponto especifico que tinha sido dado por amigos da pesca. É algo que tenho de fazer, explorar e sondar este imenso mar à minha volta e certamente o peixe não anda sempre no mesmo sitio.

E lá fomos nós, o dia estava para o nublado, mas o mar calmo, como se podem ver nas fotos abaixo, ao dobrar Tróia, as habituais ondas de Oeste,  provocadas pelos cabeços e a paisagem mais a Norte e a Este.

 


Novidades para mim,  foi o facto de voltar a pescar com mono-filamento, o meu carreto ainda está a arranjar e tive de pescar com o carreto que utilizava no Surf- Casting um Trabucco Xanthos DL Long Cast, com mono 0.35.

Posso vos dizer que em termos de ferragem o multi-filamento torna a coisa mais rápida. Já não me lembrava o que era pescar com mono, atrasando em muito, a meu ver, a ferragem, isto face à elasticidade do fio em relação ao multi-filamento em que a elasticidade é nula.
O ratio do carreto 4.3.1 e o facto da bobine ser bastante grande, faziam com que os 52 metros de profundidade não fossem penosos para o pulso, mas o peso do carreto é bem superior ao meu Auris.
Algo que também reparei nesta pescaria que faz diferença, o travamento do fio aquando a descida do mesmo, para o seio dentro de agua não ser tão grande e sentir melhor o peixe a comer a isca.
Sei que das vezes que me lembrei de o fazer, apanhei sempre Besugos ou quase sempre.
Foi o dia que apanhei mais besugos, na maioria todos XL, isca de sardinha a condizer, bem grande, era cada bocado de sardinha que até parecia que não tinha anzol para aquilo, nem os peixes tinham boca para o meter lá dentro, mas desapareciam num instante. Só tínhamos 1 kg de sardinha, meio Kg de camarão e umas ameijoas.
Tanto eu, como o meu tio, ficamos com a sensação que se temos mais e melhor sardinha, a coisa poderia ser diferente, pois foi uma pesca sempre com grande actividade, nas descidas de isca, roubo e subida novamente.
Depois já por volta das três horas da tarde e já sem sardinha lá apareceu uma cavala que fiz questão de escalar e fazer mais umas iscadas.
Ai está, a falta de sardinha, fez-me pensar na quantidade que estraguei no dia anterior e o facto de não conseguir arranjar sardinha em lado nenhum, quer congelada quer fresca.
O que safou a coisa foi o meu tio ter 1 Kg congelada, mas também verificamos, que a sardinha congelada do Lidl, não é grande espingarda, desfaz-se muito rapidamente depois de descongelada.
Um dia excelente, tendo o meu tio, realizado um desejo que já tinha à algum tempo, apanhar um polvo à cana.
Parabéns tio, espero que apanhes muitos mais.
Da pesca em si, só tirei uma fotografia engraçada, uma garoupinha que devia estar cheia de fome, até a chumbada do meu tio ela queria comer.


Aqui ficam umas fotos da pescaria. Polvos, Besugos, Choupas, Sardas, Carapaus e Chocos.



Aqui da viagem de regresso e dos pescadores.


Deixo aqui também os parabéns à minha pequenina, Sara Costa, que faz anos hoje 04-01-2011.
Espero que contes muitos a meu lado.
Não vou dizer a idade, porque não se diz a idade das senhoras.
Mas deixo aqui uma foto engraçada.





2 comentários:

Anónimo disse...

óhhh tão fofinho!!ahahah gosto da foto! és mto especial para mim!QUERO ENVELHECER AO TEU LADO, MEU AMOR! Beijos doces da tua pequenina*****

Vera disse...

Ao ler o “blog”, e ao ver as fotografias é inevitável não me lembrar das primeiras vezes que “dei banho ao fato”( emprestado, maior que eu, e que tinha de o dobrar nas pernas para não tropeçar). As idas ao Espichel, as longas escaladas com o cinto de chumbo ás costas, as “barbatúlias,” armas, mochila com mantimentos, etc.… nada nos demovia, tudo fazíamos por um par de horas dentro d’água. Mas valia a pena, se valia! Nem o regresso… (já podres de cansaço mais a escalada de volta) nos tirava aquele bem-estar, aquela sensação de comunhão connosco e com o mundo.
E o “cumbibiú” ? As caldeiradas em Sesimbra? Grande Nuno, e óptimo cozinheiro. As quedas do molhe… ( Ui! Essa até a mim me doeu…), tantas e tantas aventuras partilhadas em redor de uma paixão, de uma necessidade…O MAR!
Ainda tirei o curso de mergulho, nadar com os peixinhos, ver destroços de embarcações, em fim… um mundo para descobrir…mas infelizmente tive que abandonar esta prática, o meu cabedal já não aguentava tanto esforço (quem sabe não me dedico á pesca embarcada).
Depois, depois a vida levou-me para outra paragens igualmente enriquecedoras, e a pesca e alguns amigos ficaram guardados no baú. Guardados, mas não esquecidos.
Parabéns pelo “Blog” está muito apelativo, tem fotos fantásticas, agora só falta dizer como é que se prende o isco ao anzol (coisa que não tenho jeitinho nenhum).
A todos, boas pescarias,
Bons regressos,
Bom Ano
Parabéns Sara!
Bj.
Vera, A filha da Patroa ;)