terça-feira, 16 de novembro de 2010

As Pescarias com a Pequenina / O meu Sonho tornado realidade.


Hoje é a vez da pequenina.
A minha pequena grande mulher.
Pequenina, porque tem pouco mais de um metro e meio. Grande, por tudo o que passou nos últimos anos, mostrando sempre ser uma grande mulher, tem uma força de Leão.
Muitos imaginam o que passou, foi uma cobaia nas mãos de muitos médicos, muitas drogas tomou, não das drogas que vulgarmente chamamos drogas, mas outras, que lhe eram administradas.
Lembro-me que existia uma época, em que tomava por dia , mais de quinze comprimidos. Fora os tratamentos intravenosos.
Não era a Sara que eu conheci, estava farta de tudo o que lhe estava a acontecer e que durou cerca de oito anos, sempre em médicos e hospitais.
Hoje em dia, já não toma nada, pelo menos por enquanto, mas muita coisa alterou na sua vida e na sua alimentação ao longo destes anos, sendo o peixinho, nos últimos tempos, algo de muito bom na sua dieta alimentar.
No fundo, só eu sei o que realmente passamos juntos, mas foi isso que nos uniu e tornou mais fortes.
Para mim, como já referi atrás, é um pilar na minha vida, a quem agradeço toda a força que me deu, por ter estado sempre ao meu lado, quando mais precisei. Obrigado meu amor.
Isso entre outras coisas, foi o que nos fez dar mais valor à vida, tentando aproveitar ao máximo, o que a vida nos permite fazer.


A primeira vez que a levei a pesca foi aqui no Rio Sado, ao choco.
Já não me lembro quando foi, pois não levamos maquina nesse dia, mas ainda foi no FOGUETE.
Na primeira vez acho que apanhou cinco chocos, não foi nada mau.
Sempre atenta às minhas dicas, facilmente se adaptou quer à pesca ao fundo quer ao choco.
Gosta que lhe explique, o pouco que sei, e depois a deixe tentar fazer.  
Caso veja que está a fazer algo menos bom, explico-lhe como deve fazer correctamente, ou não.
A pesca ao choco foi mais simples, depois de umas quantas tentativas, já lançava e recolhia os palhaços com facilidade e já apanhava uns chocos.




 




 


 

Depois veio a pesca ao fundo.
Aqui a coisa complicou-se mais, porque como é óbvio a pesca embarcada com cana, tem mais pormenores que a pesca ao choco. Mas também, à segunda pescaria apanhou o jeito da coisa.
Havia algo que lhe estava a fazer muita confusão, o enrolar do carreto e o facto de não conseguir agarrar bem na cana ao fazer essa tarefa.
Mas após umas quantas tentativas para a ajudar, lá conseguiu ultrapassar esse problema. Agora, já encosta a cana à cintura e apoia com o braço e cotovelo à cana, ultrapassando assim o que para ela, era o maior problema.
Aqui ficam umas fotos da nossa primeira pescaria à cana,


O seu primeiro peixe, uma choupa.



Pessoalmente, acho que tem mais jeito para pescar do que muitos que já vi.
Vejam a ferragem, que técnica, vê-se logo que nasceu para isto, ou não.






E após a chumbada bater no fundo, logo a levantar a cana e enrolar a linha para ficar em tensão.






















Isto foi na primeira pescaria à cana, no dia 16-09-2010, após umas quantas explicações cá em casa, do funcionamento do carreto e de umas quantas dicas para a pesca em si.
Gosta de aprender tudo para não me chatear depois, desde nós, a outros pormenores. Mas é com muito agrado que pesco com ela nos dias de hoje, somos uma verdadeira equipa.





 A sua primeira pescaria, nada mau a meu ver.


A minha pescaria com ela na sua primeira vez.



A nossa pescaria. 

 

A partir daqui, começamos a pescar mais a serio, em equipa como referi.
E o que chamo pescar em equipa?
Nos últimos meses, muito tenho lido, aprendido e  muito tenho experimentado, pois só assim conseguimos aperfeiçoar esta técnica que a tantos factores está associada.
Para mim, pescar em equipa é pescar da mesma forma, ou seja, se eu estou a pescar com determinado isco e montagem, a experimentar determinado ponto, então vai de insistir nos mesmos iscos com os mesmos tamanhos e com as mesmas montagens.
Já quando vou com amigos, a coisa torna-se mais complicada, pois cada um leva os seus iscos e as suas montagens, pescando cada um com a sua, como lhe chamo. Tornando-se assim mais difícil atingir a meta desejada.
Assim, entendo perfeitamente a dificuldade de um Mestre de uma embarcação Marítimo Turística, que leva oito ou dez pessoas e que cada pescador, pesca com a sua.
Aos poucos, tenho tentado demonstrar a quem me acompanha, que faz sentido este lado mais serio da pesca.
Mas por enquanto, não me chateio, nem imponho regras, pois quero é passar bons momentos com os amigos.
No entanto, acho importante referir que a partir do mês de Outubro, alterei as minhas montagens de três para dois anzóis e de anzóis nº 2 e 3 para anzóis nº 1, 1/0 e 2/0.
Noutro Post, irei falar dessas alterações e porque.
Para já aqui fica o meu sonho tornado realidade, mais um realizado ao lado da minha pequenina.
Conforme referi no post anterior, numa das pescarias com a minha mulher.
Foi no dia 22-10-2010, foi o primeiro dia em que resolvi não me preocupar com as idas cedo.
Dez da manha, lá vamos nós ao mercado de Setúbal comprar sardinha.
Chegamos ao ponto de pesca por volta do meio-dia.
Umas semanas antes, perdi dois dias só a afinar a sonda, fui sozinho nesses dias, porque é chato levar alguém  à pesca e perder tempo com afinações e coisas que ocupam bastante tempo, mas que são de todo importantes para o sucesso da pesca.
Isco, levei um quilo de sardinha, meio de camarão e umas quantas ameijoas e berbigão, mais as sardas frescas que apanharíamos para isco.
O dia estava assim para o nublado. A minha mulher tirou umas belas fotos, que passo a mostrar em seguida.






Bem, passando ao ponto de pesca o São Luís I.


Uma da tarde, vai de sardinha para baixo.
O pesqueiro demorou a dar frutos, a minha mulher já tinha apanhado umas sardas pequenas, uns carapaus e umas ganopas.
Eu só um polvo.
Tivemos cerca de duas a tres horas a insistir nas iscadas, primeiro pequenas, depois medias e por fim maiores.
Já tinha perdido uma montagem com um esticão que levei, em que a madre era 0.35 e os estralhos 0.30.
Mudei as montagens, desta vez 0,40 na madre e 0,35 nos estralhos, vai de metades de sardinha em cada iscada e digo à minha mulher para insistir, todas as iscadas que viessem tocadas, eram substituídas por novas, nesta altura estávamos só com sardinha.
Sinto um puxão daqueles que nunca tinha sentido, ferro alto e zas, partiu o multifilamento.
Fiquei parvo, então como é possível uma coisa destas, um fio tão bom e parte assim.
Vi o que realmente tinha acontecido, a ponteira partiu num dos lados do primeiro passador, possivelmente num enrolanço anterior, em que não reparei e o destroçedor da montagem, foi ao passador da ponteira, partindo o mesmo e o fio ao passar por ali, rasgou.
Ainda à cerca de vinte minutos tinha ficado sem a montagem completa, agora foi ponteira, chicote, montagem e uns 20 metros de multifilamento.
Ok, fui com muita calma buscar a ponteira para substituir, a minha mulher começava a tirar choupas e Sardas valentes. Disse-lhe para não parar de iscar com iscas grandes, enquanto montava tudo de novo.
Desta vez montei, um chicote de 15 m, 0.40 de um bom mono-filamento e montagem madre 0.50 e estralhos 0.40, pois o ultimo esticão, não tinha deixado margens para duvidas, andava ali peixe grande.
Vai de metades de sardinha e a minha mulher, fez uma mista de sardinha e sarda no mesmo anzol.
Nem um minuto depois da isca mista da minha mulher e oiço-a gritar.
Ajuda-me gritava ela, tinha levado um daqueles esticanços, a cana vergou bem a ponteira para baixo.
Eu disse-lhe com muita calma, agora tens de te desenrascar sozinha, fui buscar o xalavar, disse-lhe para manter a cana em tensão e ir enrolando a linha, quando não sentisse demasiada força. A embraiagem estava a funcionar bem e assim fez, cana sempre em tensão, foi enrolando calmamente, ela dava aquelas cabeçadas características das Choupas. Veio para cima a maior choupa que já entrou na minha embarcação, com mais de um quilo, muitas outras espero que ela apanhe.
Aqui está ela.


 Logo a seguir sou eu, esticão parecido com o anterior, espero pelo segundo e vai de levantar cana para cima, pouco tempo a aguentei lá em cima. A embraiagem do carreto estava bem fechada, por norma até a costumo deixar com alguma abertura, mas estava fechada, pouco ou nenhum fio foi levado pela senhora, mas a cana entrou cinco vezes quase toda dentro de agua durante o combate.
Eu tentei manter a calma, mantendo sempre a cana em tensão, só enrolando quando fosse possível e pensando para mim próprio, calma que à partida agora não me foge, penso eu de que, perdi quase meia hora a arranjar tudo com cabeça tronco e membros, pois já tinha tido dois azares à pouco tempo atrás e fui fechar tanto a embraiagem, espero não me lixar por isto, também não lhe toquei.
O combate, demorou cerca de cinco minutos a oito minutos, cinco minutos à Benfica.
Quando a vi entrar dentro do xalavar, que a minha mulher agarrava, saltamos de felicidade, o meu sonho tinha sido realizado, uma Srª. Dourada com mais de três quilos.



Posso vos dizer que a partir daqui, houvesse mais sardinha e a coisa poderia ser diferente.
Acabou pouco tempo depois, ainda conseguimos apanhar mais umas Choupas e ainda apareceu um Besugo.
Tentei com camarão e começaram a aparecer as bogas, depois tentei com sarda, mas eles não estavam para ai virados, só mesmo sardinha e ameijoa, esta para o final do dia, ainda deu uns carapaus.
O cabeço de Tróia no Regresso, com centenas de gaivotas.

 
 
 
E para finalizar, novamente os troféus e a pescaria.


 
 
 

Para a próxima, segue-se as pescarias de Setembro e Outubro, espero que gostem.
A finalizar um pequeno vídeo. Que tal um Cruzeiro Hummm??

1 comentário:

Anónimo disse...

Deixas-te-me emocionada....eu é que te agradeço toda a paciência, amor e dedicação ao longo daquelas fases menos boas da nossa vida! Estiveste sempre "ao" e "do" meu lado,umas vezes com o teu silêncio e outras com as tuas palavras...sei que muitas vezes sofreste calado e mesmo assim sorrias para mim e fazias-me rir :) Tenho muito orgulho e adoro ser tua mulher!.. pelo homem que és, tanto por dentro como por fora.. Amo-te cada vez mais....VAMOS PESCAR? LOL SARA REBOLO