terça-feira, 18 de fevereiro de 2014

O Polvo


Boas,
Que falta que me faz ir ao mar, ele acalma-me e transmite-me serenidade, se pudesse estava lá todos os dias mas infelizmente não é possível, quer pelo seu estado de revolta dos últimos tempos, quer pelo lado monetário que não me permite ir lá mais vezes do que realmente pretendia. Tenho de estar sempre a vergar a mola para poder ter uns poucos melões disponíveis e ultimamente a coisa tem andado negra aqui para estes lados.

O mar não me costuma trair e está sempre a ensinar-me algo, vai me transmitindo cada vez mais confiança e é por isso que cada vez o respeito mais. A nossa relação não tem atritos nem discussões, às vezes ele revolta-se assim como eu.
Ele não se revolta comigo, nem eu com ele, é uma relação especial que só eu entendo e aceito aquilo que me transmite e por norma é bom conselheiro.
Penso que se todos estivessem um pouco mais perto do mar, as revoltas e as angustias seriam diferentes, seria como uma terapia que nos deixa com a alma cheia e com uma maior serenidade para encarar o dia a dia. Aqueles que como eu gostam do mar certamente entendem aquilo que aqui tento dizer.
Aqui por estes locais virtuais, li à pouco tempo algo que gostei e por isso deixo aqui o link e que penso que vale a pena ler.

A serenidade do mar 


O mar tem estado revoltado, os peixes devem andar com fome ou possivelmente já emigraram para outras paragens face a actual situação do nosso País.
O tempo não tem dado tréguas e a ansiedade de estar junto do mar aumenta cada vez mais.
No entanto durante um dos seus dias de calma, dias raros nos últimos tempos, lá consegui fazer uma escapadinha.
Foi mais uma pescaria combinada com o Gonçalo e o Ricardo Matzinger no dia 02-02-2014.
É por isso que gosto de ir pescar com amigos, embora também me faça falta umas pescas a solo, mas os amigos estão presentes quando é preciso e ajudam nas despesas, tornado mais viável as saídas de pesca, de outro modo seria impossível ir lá tão regularmente, foi o que aconteceu nesta ultima pescaria em que só fui por pedido dos amigos de forma a podermos fazer aquilo que tanto gostamos.

Uma pescaria ao choco da parte da manha aqui no rio Sado, a primeira deste ano de 2014, e um pouco de pesca ao fundo da parte da tarde, numa zona nova mais perto da barra pois as previsões no guru diziam que o mar iria subir e não quis arriscar ir lá fora.
Foi um dia fraco em termos de pesca, mas que bem que me soube poder estar ali a contemplar a Serra e o mar e pensar como me sinto privilegiado de poder ver estas paisagens da serra da Arrábida do lado do mar.
No entanto foi dia de um novo record para mim na pesca embarcada, com a captura de um polvo com cerca de 9 Kg. Não foi o maior que já apanhei pois quando fazia caça sub apanhei um exemplar maior com perto de 10 Kgs ali para os lados de Sesimbra, mas sei que já à cerca de 15 anos que não apanhava um exemplar deste tamanho.


Estávamos a pescar na cetomba perto da barra, ali na casa dos 50 metros de profundidade num fundo de lama e de limpos, perto deste local sei que costumam aparecer umas raias e uns besugos, mas neste dia não estavam para ai virados ou nem dei com eles.
Estivemos a manha inteira no rio Sado, aproveitando a deriva da vazante desde a rampa da mitrena até ao Outão sempre com os palhaços de molho mas chocos nem um apanhamos.
Depois já perto do Outão vi que estavam muitos barcos ali na entrada da barra, também eles estavam ao choco mas capturas não vi nenhumas por onde passei e no tempo que ainda estive por ali.
Por volta do meio dia resolvemos ir tentar pescar um pouco ao fundo ali em novo local e ver o que poderia acontecer.
Como isca só tinha sardinha, não foi possível arranjar caranguejo e por esse motivo e face às condiçoes de mar a subir para a parte da tarde conforme referi anteriormente que resolvemos ficar por ali e não ir mais para fora e para sul.
Tenho perfeita noção que só capturei este polvo por estar a pescar num fundo misto de lama e areia porque se este bicho tivesse cravado ao anzol nos locais onde costumo pescar nunca o teria trazido para cima, pois o fundo tem entralhados de rocha e se ele se agarra-se a uma rocha nada o fazia levantar dali para fora.
Após a ferragem senti um peso enorme e nada de luta.
Sei que em relação ao material  com que pesco, cana e carreto, estaria à vontade, mas o peso era monstruoso e não sabia o que tinha apanhado a cerca de 6 metros da superfície pensava que fosse um pano velho que me tinha deixado de rastos, nunca deu esticões e era um peso morto, mas nunca pensei que fosse um polvo, o que só vim a verificar já quase à tona de agua tal era o tamanho do bicho.
O Polvo que apanhei à cerca de 15 anos quando fazia caça submarina era uma fêmea cheia de ovas maior que este em termos de tamanho. Este tinha uma cabeça maior e uns tentáculos  mais pequenos mas muito mais grossos que o meu antigo record da caça sub.
Na foto acima e na próxima não sei se dá para entender mas o bicho esta a abraçar um balde de 30 litros e tapa-o por completo.


Deste dia apenas apanhei mais um carapau e um charroco, o Ricardo um polvo com 4 Kg e o Gonçalo um charroco.
Depois à vinda para casa ainda parei um pouco perto dos cabeços de Tróia, já no lado de dentro do rio Sado e ainda apanhei um choco.
Espero que o tempo melhore rapidamente e que possa ir brevemente ao mar, pois conforme referi no ultimo post quero ir testar o local onde pesco habitualmente só para ver se nesta altura do ano e como tem sido habitual  nos anos anteriores já nada anda por lá.
Não sei se sou burro ou teimoso, mas se confirmar que mais uma vez aquele local não funciona nesta altura do ano é mais uma certeza que tenho, é isso que preciso de confirmar, embora gostasse de me enganar e fazer uma grande pescaria.
É disto que a pesca tem de bom incertezas ou poucas certezas, ir lá e ver com os meus olhos, tirar ilações e anotações, evoluir ou estagnar, a ver vamos.
Para finalizar um curto vídeo desta ultima pescaria.

Abraços e até à próxima.




2 comentários:

Pedro Franco disse...

Um dia bem passado para todos, apesar do pouco pescado a bordo, estes momentos de serenidade fazem-nos muita falta.
Ficou registada uma grande captura,
um senhor polvo, grande monstro!!!
Um abraço e boas fainas para todos

Rebolo disse...

Obrigado Pedro Franco,
É verdade que faz falta esses momentos.
Abraço e boas idas para ti também.