segunda-feira, 25 de abril de 2011

Dia da revolução, dos safios.

 
Boas,
Hoje fui à pesca, dia 25 de Abril, o dia da Revolução.
Que bem que me sinto com mais uma daquelas capturas que deixam sempre um gosto especial, a que vêm na foto acima.
Pescaria efectuada com o meu tio Jaime Beato e o meu amigo João Gomes.
Após um fim de semana prolongado, a segunda feira lá deu uma aberta no tempo para poder fazer aquilo que tanto gosto, pescar.
Iniciei-me com a pesca ao choco lá fora no Sol Troia, por volta das nove da manha.
A coisa correu-me lindamente, perdi a conta dos chocos que apanhei e ainda me tocaram duas lulas, coisa que já não me acontecia por ali à mais de um ano.
Os barcos eram às dezenas à pesca dos ditos. O dia estava prometedor de bom tempo, com um céu limpo e um solzinho, daqueles que faz bem à alma, cheio de vitamina D.
O meu tio Jaime apanhou cerca de oito chocos e o meu amigo João Gomes que estava a fazer a sua estreia à pesca dos ditos lá se safou da grade com um choco apanhado e um perdido. Já não é mau, eu na minha primeira vez, trouxe a grade comigo.
É um tipo de pesca que também requer alguma pratica, não é só atirar os palhaços para dentro de agua e apanhar chocos, é preciso sentir os pequenos toques que estes bichos dão, às vezes tão imperceptíveis de perceber para os menos experientes e saber animar os palhaços.
Mas resumindo, a coisa correu bem, pois no final a pescaria é sempre a dividir por todos.


Depois lá segui para fora, para fazer uma pescaria à cana, fui um pouco mais fora da zona do São Luís, ali por volta dos 37 metros de profundidade, a marcação na sonda estava boa, marquei o ponto no GPS, desliguei o motor a fim de verificar a deriva, e por fim rumei no sentido contrario da mesma a fim de poder fundear.
Como primeiro azar, a bateria que está ligada à sonda estava descarregada, a sonda começou a acusar tensão baixa e pouco tempo depois desligou. Como já tinha marcado o ponto no GPS após a primeira passagem no local, pouco mais poderia fazer. Se não desse por ali, estávamos às escuras.
É algo que tenho mesmo de alterar, colocar a sonda ligada à bateria do motor. Assim sempre carrega com o alternador do motor. A outra bateria onde tenho a sonda e as luzes da embarcação, possivelmente está a dar as ultimas, ou então é alguma ligação das luzes que tenho mal feita, pois ainda à cerca de uma semana a tinha carregado e por norma durava-me cerca de dois meses só com a sonda e agora nem uma semana dura.
Mas seguindo então o relato, como a maré estava na vazante não tinha grandes expectativas na minha mente. É daquelas coisas que possivelmente cismei, as minhas melhores pescarias foram sempre nas enchentes e por isso acho que virou defeito na minha mente quando pesco nas vazantes.
Posso vos dizer que no local onde fundeei tinha uma boa marcação, mas os toques não se fizeram sentir de imediato foi preciso fazer pesqueiro com a sardinha como prato principal.
E foi ai que começaram a aparecer os safios, que luta que estes bichos dão, não são pargos nem douradas, mas que dão luta dão.
Apanhei quatro e perdi um, sendo que um deles devolvi à agua pois embora com medida já me chegava de safios, as iscas iam variando entre a sardinha e a lula.
O meu amigo João Gomes, apanhou um e perdeu outro, são bichos difíceis de por no xalavar, pois não param um bocadinho quietos, mas entretanto já tinha apanhado um polvo.
Algo que já notei é que os safios, só vão às iscadas grandes, e ai os anzóis 4/0, fazem a diferença, com dois nacos de sardinha ou um bem grande, ou então um bom naco de lula.
Foi sem duvida o dia da revolução dos safios, sete apanhados no total.
Depois o vento começou a subir um pouco por volta das duas da tarde, a ondulação começou a fazer-se sentir e foi  nesta altura que o pesqueiro começou ao rubro, os toques faziam-se sentir com mais regularidade e o João apanhou uma bela choupa quase com um kg.
Pouco depois perdeu uma dourada daquelas bem acima de kg, pois face à sua pouca experiência na embarcada tentou fazer subir a menina a pulso para dentro da embarcação isto comigo com o xalavar ali ao lado na mão, a ver a dourada a cair para dentro de agua.
A euforia era tanta que ficou cego e surdo. Mas é mesmo assim, é com estes erros que se aprende e acho que lhe serviu de emenda, certamente que para a próxima já não o vai fazer, penso eu de que.
E depois veio o meu momento do dia, logo após o João ter perdido a sua Dourada, eis que sinto um daqueles toques mais violentos, ferrei alto à primeira e correu bem, sinto que com esta cana nova a ferragem é quase imediata, algo que não conseguia fazer com a minha outra cana que era masi parabolica ou progressiva como quiserem chamar.
A dourada deu-me uma luta engraçada, que me fez recordar um pouco aquela minha primeira dourada de sonho apanhada em Setembro do ano passado.
Ai estas sensações da pesca. Quando se trata destes grandes exemplares, é algo único, que só mesmo nós pescadores poderemos perceber. A felicidade de apanhar um bicho destes, é qualquer coisa por demais, pelo menos para mim, que não costumo apanhar muitas destas.
E aqui fica então a minha menina dourada, tinha dois quilos e meio, mais uma para o álbum de recordações.


Foi à lula esta menina, e nesta altura o pesqueiro estava quente, conforme referi atrás, pois não é muito normal nesta altura do ano duas douradas de seguida. E não era a mesma, pois a do João Gomes, caiu mesmo ao meu lado e era mais pequena.
Ainda apanhei mais um besugo pequeno e eis pouco tempo depois se passou algo que ainda não me tinha acontecido.
A corrente estava para Este e as linhas começaram a ir para Oeste, mas que estranho pensei eu.
Ainda fiquei cerca de dez minutos a tentar perceber como seria aquilo possível, comentei com os meus companheiros de pesca, mas ninguém se apercebeu de algo que só dez minutos mais tarde entendi, a fateixa garrou e estávamos à deriva com a mesma a arrastar pelo fundo.
Foi pena isto ter acontecido pois na altura o pesqueiro estava quente, eram cerca de três e meia da tarde e resolvi levantar o ferro do local e vir mais para terra, a fim poder acabar as iscas que ainda tínhamos, um pouco de sardinha e o camarão que ainda não tinha sido utilizado.
Como não tinha sonda, resolvi agarrar a embarcação a um bóia dos covos, pois não queria estar a perder tempo a fundear de novo sem saber o que iria encontrar lá em baixo, pois a sonda já nem ligava.
Ainda ficamos cerca de uma hora agarrados à boia dos covos e ai só consegui apanhar um besugo XL, tudo o resto era peixe miúdo que nos andava a roubar as iscas.
Um dia muito bem passado e no geral uma bela pescaria feita.
Aqui ficam duas fotos da mesma.
Até uma próxima se possível com mais alegrias destas.




4 comentários:

Nuno Paulino disse...

Bela pescaria Tiago!
Fico satisfeito em saber que a minha menina está a comportar-se bem.
Abraço

Nuno

Rebolo disse...

Boas Nuno,
É verdade cada vez sinto mais confiança na minha menina, ou na nossa menina que é mais minha :)
Ela trabalha muito bem o peixe quando é preciso e neste momento já não me imagino a pescar com outra cana.
Era mesmo isto que queria por isso mais uma vez os meus parabéns pelo teu trabalho que de dia para dia me mostra mais o seu verdadeiro valor.
Só espero que os peixes grandes continuem a aparecer.
Abraço

Anónimo disse...

Já sei onde hei-de ir quando o peixe no mercado do Livramento estiver muito caro !

Anónimo disse...

PARABÉÉÉÉNS!! GANDA PESCARIA PÁ!! EU QUANDO FOR GRANDE QUERO SER COMO TU! AHAHAAHAAH Pequenina