terça-feira, 15 de março de 2011

Surfcasting na praia do Pego


Pois é verdade desta vez fui fazer uma pesca diferente, um Surfcasting.
Assim, aproveito esta ocasião, para plagiar uma historia do Sr. António Soares, que vi lá no fórum e que achei muito boa em relação a este tipo de pesca.

Aqui há tempos, à conversa com um dos meus “padrinhos” nas lides da pesca nos areais, na gloriosa década de 70, homem já com perto de 80 anos, perguntava-me ele se ainda me lembrava daquelas grandes pescarias que se faziam amiúde.
Respondi-lhe que sim, evidentemente que recordava esses belos tempos dos “canelons” de 5 mt, pesadões, dos lentos tratores “Sofis” (até pedras rebocavam), mas que agora, para além das muito pouco prováveis capturas, as canas e os carretos e as linhas sofreram uma grande revolução e até puseram no mapa de campeões mundiais de Surfcasting o nome de portugueses.
Bom, o homem olhou-me duma maneira esquisita. Espantado, admirado e, baixinho, balbuciou:
- Surf quê?
- Surf-cas-ting. Soletrei…
- É pá, isso de Surfcasting não presta para nada. A pesca na costa é que era bom !!!
  

Passando então a mais uma pescaria.
A coisa já estava combinada à algumas semanas atrás lá com o pessoal do fórum do Porto de Abrigo, mas devido ao mau tempo que se tem feito sentir, foi sendo adiada.
Sábado, dia 12 lá se previa uma aberta na chuva e a coisa lá se deu finalmente, embora que com menos participantes do que estavam previstos inicialmente.
No fundo seria um embate técnico entre o pessoal da pesca embarcada e o pessoal do surfcasting, ou como dizem por lá, um embate entre o pessoal do sintético e o pessoal da areia.
Foram poucos os presentes, mas foi um dia bem agradável a fazer aquilo que todos gostamos, pescar.
Combinamos arrancar aqui de Setúbal por volta das 15:00, o destino era a praia do Pego, na Comporta.
Material preparado, fiz umas montagens com uns fios mais finos que tinha para aqui e cana e carreto foram  emprestados pelo amigo Alentini, uma vez que não tenho material para este tipo de pesca.
E lá fomos nós eu o Nuno Paulino e o Vira, apanhamos o ferry em direcção a Tróia e pretendíamos iniciar a pesca já no fim da tarde e pernoitar até o tempo o permitir, pois a chuva estava para voltar já a partir da meia-noite de sábado.  
A juntar-se a nós mais tarde estariam mais dois elementos, o Luis Nascimento e o João Martins.
No fundo senti-me intimidado, pois fui o único guerreiro do sintético a defrontar aqueles guerreiros todos da areia.
Mas o que queria realmente era estar ali com aquela bela companhia de amigos novos que tenho feito derivada desta arte que é a pesca e se possível aprender um pouco mais de outro tipo de pesca que é o surfcasting.
A seguir à pesca embarcada, o surfcasting  é o tipo de pesca que mais gosto de fazer e posso vos dizer que ficou cá a vontade de voltar muito em breve à areia, pois muitas vezes o tempo não permite ir ao mar e assim sempre se relaxa na areia.
Já fiz ai uns convites ao pessoal amigo da embarcada para um serão destes em breve.
Bem mas passando ao embate em si.
Por volta das 17:00 já estávamos no Pego e vai de montar material.
Iscas para mim sardinha e casulo, os meus companheiros tinham estas e muitas outras, como batata, ganso, coreana e minhoca.
Aqui está a minha menina em acção de pesca.

Ao meu lado esquerdo, estava o Nuno, o Vira e o Luís Nascimento. Mais tarde, chegou  para o meu lado direito o João Martins.



Todos estavam a pescar com duas canas, tirando o Luís que estava com três e eu com uma.
Senti muito a falta de pratica nos lançamentos e o amigo Vira lá veio dar-me alguns conselhos.

Também estaria a pescar com estralhos muito curtos, montagens possivelmente desadequadas em relação aos guerreiros da areia e com uma chumbada em forma de torpedo a qual sentia a correr no fundo não sendo certamente a melhor opção.
Mais tarde, já ao anoitecer, mudei a montagem para uma com uns estralhos maiores, e o Nuno Paulino emprestou-me uma chumbada mais adequada.
Toques zero, mas lá fui aproveitando para ir treinando os lançamentos, sendo que as iscas vinham sempre na mesma, nenhum peixe se interessava por elas.
Uma foto do belo mar já ao final da tarde.

Já foi de por volta das 23:00 que tive o primeiro toque, após o Luís Nascimento ter vindo ao pé de mim afim de ver as iscas que estava a usar e colocar-me duas minhocas de ganso no anzol de baixo, mas ironia do destino o ganso estava lá e os toques fizeram-se sentir no casulo no anzol de cima.
Reposição de isca no anzol de cima, novo lançamento e um pouco depois novo picar, este ficou lá, era a minha primeira sargueta.
A partir daqui os toques começaram a aparecer com alguma frequência, eram sarguetas que andavam no local, foram quatro capturas no total, sendo que duas foram devolvidas à agua por serem pequenas.
O peso da grade teria desaparecido o que sabe sempre bem para não ficar mal no filme com os guerreiros da areia.
O Nuno Paulino e o Luís Nascimento, foram os pescadores da noite.
Aqui ficam à esquerda as minha duas sarguetas, e os maiores exemplares do pessoal.


Um dia muito bem passado, com uma noite muito boa em termos de vento e temperatura e companhia.
Decidimos abalar por volta da uma da manha e ainda bem, pois passado muito pouco tempo começou a cair a chuva que estava prevista no windguru.
Ficou o desejo de fazer mais umas nocturnas de surfcasting, pois é uma óptima maneira de conviver com os amigos e uma forma de podermos estar todos a pescar ao mesmo tempo, coisa que não consigo fazer na minha pequena embarcação na pesca embarcada.
Até a próxima, espero que seja em breve, mas no sintético que bons tempos vêm ai.

2 comentários:

Nuno Paulino disse...

Olá Tiago!
Foi sem dúvida um belo pedaço de noite com tudo aquilo que gostamos.
Até peixe!
Espero que se repita em breve porque soube a pouco.
Abraço

Nuno Paulino

Rebolo disse...

Boas Nuno,
Espero que sim, momentos destes são sempre de repetir.
Abraço