segunda-feira, 23 de maio de 2011

O tubarão azul da pequenina


Pois é verdade, a pequenina apanhou um tubarão azul.
Desta vez a pescaria foi combinada com a minha mulher, iríamos só os dois para podermos ter um tempinho juntos, pois o trabalho durante a semana quase não dá tempo para estarmos juntos.
E assim foi, éramos para ter ido no sábado mas face às horas tardias que cheguei na sexta à noite resolvi adiar a coisa para domingo.
Assim, sábado tive tempo de rever o material todo com calma fazer mais umas montagens e verificar a sonda da minha embarcação que na ultima pescaria não tinha funcionado por falta de bateria. Lá consegui com um multímetro achar os 12v, nos muito fios que tenho nas ligações de origem da embarcação e lá meti a sonda a funcionar. Agora já não falha mais, pois liguei à bateria do motor que está sempre a carregar.
Verifiquei o windguru e previam uma rajadas de vento para o período da manha de Domingo, que iriam descendo até as sete da tarde onde se previa novamente algumas rajadas acima dos 12 nós.
Domingo, 22-05-2011, material preparado, isca sardinha e só sardinha e lá fomos nós.
Iríamos começar a pesca ao choco como vem sendo habitual ali na zona do soltroia.
 

A coisa estava fraca a vazante trazia muito limo, que fazia com que os palhaços ficassem cheios de algas dificultando assim a captura dos chocos, a corrente também estava forte e fazia com que a deriva fosse mais rápida do que é habitual. Tenho mesmo de ver se arranjo uma ancora flutuante.
Apanhamos seis chocos e lá resolvi ir para o sitio que tenho ido ultimamente, ali quase à frente da Comporta a cerca de 45 metros de profundidade.
A vazante não me trazia grandes expectativas, como vem sendo habitual. A marcação de sonda estava lá, um aglomerado fora do normal que subia quase até aos 30 metros de profundidade, mas possivelmente peixe pequeno.
Pequenos toque que se fizeram sentir e duas capturas, dois peixes aranha que foram devolvidos ao mar.
Já me disseram que são bons para comer e até eram bem grandes, mas tenho muito receio deste tipo de peixes pego-lhe sempre com uma toalha dobrada em quatro, não vá o diabo tecelãs.
Como estava a utilizar o balde para colocar agua para escamar as sardinhas resolvi colocar os seis chocos dentro de agua, fora da embarcação num saco de rede.
Um tempo depois vejo um choco a ir com a deriva para trás da popa da embarcação. Achei estranho e fui ver o saco de rede estava completamente rasgado e chocos nada.
Pensei para comigo o que será que aconteceu aqui?
Não demorou muito até ver o vulto de dois tubarões azuis, tinham me limpado os chocos e nem senti nada.
Na altura deixei cair as iscadas e ficaram assim a meia agua foi num ápice que a embraiagem do quantum começou a cantar.
Saiu linha com alguma violência e pouco tempo depois ficou leve, puxei a linha e o estralho estava cortado.
Entretanto a minha mulher tem o mesmo sintoma na sua cana o carreto de spnning tica gt 4500 cantava até dizer chega ate que partiu o estralho também.
Entretanto já tinha colocado novo anzol na minha montagem e vai de fazer descer novamente a sardinha. Não demorou nem um minuto e zas o quantum cabo a cantar novamente, é uma sensação incrível ouvir a embraiagem do carreto a trabalhar daquela maneira. Desta vez abri um pouco mais a embraiagem e ainda o consegui trazer até ao cimo de agua mas quando lhe vimos a barbatana dorsal em cima de agua ficamos pasmados era mesmo grande e certamente que aquele não caberia no xalavar, a minha mulher pediu-me para tentar apanha-lo e dei-lhe a minha cana, mas sabia que aquele não o conseguiria trazer para dentro da embarcação, era mesmo grande, possivelmente o pai do mais pequeno que andava por ali e que foi apanhado pela minha mulher.
Que adrenalina ver dois tubarões azuis ali, não achei nada normal e o tamanho do pai surpreendeu-me e muito, era certamente um bicho perto dos dois metros e mais de vinte quilos, até fiquei um pouco apreensivo e pensei que não voltaria a mergulhar naquelas aguas como costumo fazer habitualmente para me refrescar.
Entretanto enquanto a minha mulher estava agarrada à minha cana a lutar com o pai, montei um novo estralho na montagem da cana dela e isquei com sardinha, enquanto fazia isto vi o mais pequeno ali a rondar a popa da embarcação. Estavam com fome os meninos já tinham comido os chocos e estavam ali a ver se havia mais comida. O tubarão grande já estava aos poucos a vir para perto da embarcação, mas foi ai que foi direito ao cabo da fateixa e adeus montagem.
A minha mulher estava doida queria apanhar um destes bichos a toda a força e dei-lhe a cana dela já preparada com os dois estralhos e isca pronta, foi o pequenino que foi lá desta vez e o pai foi-se embora e não o vimos mais.
O mais pequeno foi rapidamente ao estralho de baixo da montagem que tinha acabado de preparar na cana da minha mulher isto a cerca de cinco metros de profundidade víamos prefeitamente o vulto dele e arrancou o estralho de baixo com alguma violência, mas não se foi embora atacou logo a seguir o estralho de cima.
Ai abri ainda mais a embraiagem do carreto tica e a cana também uma tica adamastor vergava ao mesmo tempo que ele levava a linha. Foi uma luta muito interessante que a minha mulher travou com este animal, ele levava linha e ela pouco depois recuperava estiveram nisto mais de 10 minutos até ele se cansar e poder chegar mais perto da embarcação, ela seguiu todas as minhas indicações com muito rigor e consegiu trazer o bicho até ao xalavar, só o consegui meter lá dentro à segunda  e até me tremiam as pernas da adrenalina que me causou ver a minha mulher a lutar com aquele bicho, uma luta digna de se ver que me deixou muito orgulho na garra que tem de pescadora, gosta mesmo daquilo.


Deixo aqui um pequeno vídeo que fiz em sua dedicação e deixo-lhe aqui os meus parabéns, pela calma que teve e pela forma como lutou com ele.

Depois disto o peixe não voltou a picar, não sei bem porque mas também não me importei, pois o dia já tinha tido o seu auge com aquela captura e com a visão que tivemos com o pai daquele tubarão.
Também pensei que ainda a semana passada tinha levado os meus amigos aquele sitio e fizemos uma optima pescaria, onde se capturou outro irmão deste tubarão azul.
Uma hora passada e nem uma picadela, levantei ferro e ainda tentei mais três sítios diferentes mais a terra e mais a norte, mas só consegui apanhar mais um polvo e uma cavala grande.


Foi um dia em cheio, mesmo sem ter feito uma grande pescaria. Mas tivemos um dia a dois como já não tínhamos à algum tempo e às vezes também faz falta.
Aqui ficam mais algumas fotos da pescaria da pescadora e do meu filhote que de dia para dia me surpreende mais com o a vontade com que agarra nos peixes até abriu a boca ao tubarão pois estava curioso para lhe ver os dentes, este verão tenho de o levar na sua primeira aventura comigo na pesca embarcada.







quarta-feira, 18 de maio de 2011

Os cinco, uma aventura




Boas,
Achei o titulo sugestivo, a fazer lembrar os livros que lia antigamente das aventuras dos cinco.
Também existia os livros "os sete", ou até mesmo "uma aventura", sendo que esta ultima apareceu já mais tarde dos outros títulos mencionados.
Assim, achei por bem colocar este titulo, porque na realidade foi também uma nova aventura de pesca vivida por nós cinco.
A Pescaria foi combinada entre mim e o João Gomes. Iríamos na sua embarcação para poder ir mais fora, depois foram convidados o Alentini, o Matzinger e o Gonçalo, perfazendo os tais cinco.
Era a primeira vez que nos iríamos juntar todos para uma pescaria e ainda por cima pescando todos da mesma forma.
A verdade é que a pescaria foi combinada na embarcação do João Gomes, para podermos ir um pouco mais longe do que é habitual, o destino foi por mim escolhido, a Vereda do Mar dos Pargos.
Este local do qual já tenho ouvido falar tanto, já andava na minha mente à algum tempo, mas a classe da minha embarcação não permite navegar até lá.
Sábado dia 14, encontro marcado para as 7:00 na casa do João e por volta das 8:30 já estávamos em Sesimbra, a iniciar a viagem para a Vereda.
As expectativas eram altas, muitos kg de sardinha e mais alguns de lula, o que me fez pensar que hoje todos iriam pescar com sardinha e a coisa poderia acontecer.
Mar calmo, e pouco vento eram as previsões do windguru.
Chegada à Vereda e vai de sondar, a sonda não indicava vivalma no local, talvez por estar habituado a minha Humminbird, que achei aquela Garmim demasiado fraca, quer em termos de definição, quer em termos de cores, o que me levou a pensar que estava tudo a confiar nos meus poucos conhecimentos em relação ao pesqueiro e eu nada conseguia visualizar naquela maquina que custou os olhos da cara na altura em que foi adquirida.
Sinceramente na minha opinião os combinados sonda/gps não são uma boa aposta para este tipo de actividade. E pelo que tenho visto já é a opinião de mais pescadores com quem tenho falado.
Sondamos mais um pouco e marcações nada, pelo que comecei a pensar tu queres ver que viemos até tão longe para nada.
Todos sabemos que há dias e dias, uns bons outros maus, mas este tinha de ser bom, pelo menos assim queria eu que fosse, mas não foi, não foi mas só na Vereda, porque depois a coisa aconteceu.
Mas voltando à Vereda, após mais algumas sondagens vi uns pontões na casa dos 70 metros que depois desciam para os 80 e tal metros e pensei que poderia tentar por ali.
Desliguei a embarcação, vi a deriva como vem sendo habitual e depois de voltar a posicionar a embarcação vai de largar ferro.
Não é fácil pescar aquelas funduras e alguns alem de não estarem habituados, não têm material para aquilo. Pensei que a decisão não tinha sido certamente a mais correcta, talvez tenha criado expectativas altas em relação a este ponto e induzi os meus amigos em erro. Mas isto da pesca é mesmo assim uma vezes resulta outras não, só tentando e testando é que poderemos saber as respostas e tirar conclusões, mas a Vereda, não resultou de facto.
Então lá me decidi por um local que ultimamente me tem dado algumas alegrias. Ou seja, até hoje foi o único local que descobri por mim próprio que me tem dado sempre peixinho.
Os que me acompanharam nas ultimas pescarias neste local, lá me disseram para irmos para lá, pelo que vai de levantar ferro e fazer mais umas milhas, desta vez mais perto de terra e mais para norte da vereda.
Sinceramente estava a pensar que não iríamos ter grande sorte, pois as marcações de sonda não estavam nas sondagens anteriores feitas na vereda e pensei que o resultado iria ser igual, mas não, lá vi uma marcação pequena a cerca de 30 metros do local onde tenho pescado e fiquei mais contente.
Novo fundeio e vai de começar a pescar.

Iniciei-me com um safio perto dos cinco Kg, pensei para comigo "este local nos últimos tempos já me deu muitos safios e continua a dar" e as douradas que apanhei nos últimos tempos por aqui será que vão aparecer.
A sardinha desaparecia rapidamente, os toques começaram a aumentar e começaram a entrar os besugos as safias, os carapaus, as choupas, as douradas, depois uns parguitos e até uma tintureira ou tubarão azul perto dos 10 kg, que foi apanhado pelo João Gomes.
A cana do João entrou completamente dentro de agua na vertical e o fio saiu com alguma violência embora a embraiagem tivesse mais fechada do que devia, mas o material que o João estava a estrear comportou-se muito bem, aguentando os puxões e um tempo depois lá consegui meter o bicho à segunda dentro do xalavar.



A euforia levantou-se naquela embarcação, isto porque anteriormente já teríamos visto outro anequim a passar a menos de um metro da popa da embarcação, mas era ainda maior do que este.
Nos entre-tantos já se tinham estreado o Ricardo Alentini e o Gonçalo com as suas primeiras douradas apanhadas na pesca embarcada, o que faz com que tenha sido um dia em cheio para a maioria.




Para mim, ficou a felicidade de ter conseguido proporcionar aos meus companheiros de pesca um excelente dia, naquele local que ultimamente me tem dado muitas alegrias e o qual pretendo continuar a explorar.   
Aqui ficam algumas fotos da pescaria e dos pescadores.







Para finalizar um pequeno vídeo da viagem de regresso, o qual foi da autoria do amigo Gonçalo.

sexta-feira, 6 de maio de 2011

Uma viagem antiga da Aberta Nova

Boas,
Hoje resolvi colocar aqui outro vídeo, de uma viagem antiga que fizemos após uma grande pescaria de peixe porco em 2009.
Recordo-me que neste dia fomos fazer caça submarina e pesca à cana.
O vídeo foi encontrado num computador do amigo João Gomes e na altura tinha sido editado pelo Gonçalo pelo que achei por bem coloca-lo aqui.
Trata-se de uma viagem de regresso da Aberta Nova para Sesimbra.
Mais uma para recordar, o peso do peixe apanhado neste dia superou em muito os limites legais,mas são coisas do passado que certamente não se voltam a repetir.


domingo, 1 de maio de 2011

Dia da mãe com chuvinha traiçoeira


Boas,
Foi assim que iniciei o dia de hoje na rampa da Mitrena.
O windguru dizia que a chuva só viria por volta das 19:00, mas não foi bem assim.
O dia até estava bom, céu pouco nublado e a coisa prometia com o sol a romper as nuvens.
Foi mais uma pescaria a solo, iscas preparadas, 4 kg de sardinha fresca e 1 kg de lula.
E lá segui eu por volta das nove da manha ainda não tinha começado a maré a encher.
O aquecimento do motor navegando devagarinho.


Estava um ligeira ondulação aqui no Sado, que fazia com que não pudesse imprimir muita velocidade à embarcação.


E lá segui eu para o Sol Tróia, para mais uma pescaria ao choco.



A coisa correu bem no choco, cheguei ao local já tarde, devido à pouca velocidade que pude imprimir pois a ondulação provinha de NW, fazendo com que a embarcação batesse muito após o passar da mesma.
Apanhei 26 chocos, foram cerca de três horas ao choco.
Por volta das 12:00, lá decidi então seguir para fora para fazer mais uma pescaria à cana.
Cheguei ao local por volta do 12:30, após mais uma viagem longa em consequência da ondulação de NW, não passei dos 6 nós de velocidade.
Preparação de iscas e cana e lá comecei a pescar por volta das 13:00.
Primeiras iscadas de sardinha e os toques apareceram pouco tempo depois.
Deixei-os comer sem ferrar nas primeiras iscadas, depois ferrei um besugo e logo de seguida um safio.
A chuva começou perto das 13:30 entrei para dentro da cabine e resolvi comer uma bucha a ver se passava a chuva.
Fiquei por ali mais uma hora e a chuva não parava, o windguru tinha me enganado pela primeira vez, a chuva veio mais cedo do que o anunciado, não me permitindo pescar como queria.
Enfim, também não me podia queixar, já tinha a minha dose de chocos, mas a coisa prometia na pesca à cana pelo menos penso eu, pelo inicio da coisa, mas nestas coisas nunca se sabe, só contam os que entram dentro da embarcação.
Lá levantei ferro e vim a apanhar chuva o caminho inteiro até chegar à rampa.
Quando cheguei aqui por volta das 15:30 a chuva parou, mas pouco depois voltou a cair.
Assim, resolvi dedicar a pescaria de hoje à minha Mãe, lembrando-me que hoje era o seu dia e preparando umas fotos para ela, espero que gostes Mãe.



A preparação dos chocos para o momento fotográfico, com a ajuda do meu filho.
 






Fica prometido que estes choquinhos são para tu comeres quando estivermos juntos.
Espero que seja em breve pois já tenho saudades tuas. Amo-te muito, pena não podermos estar juntos neste dia, mas é mesmo assim a vida e a distancia que nos separa, no entanto quero que saibas que estás sempre no meu coração.


Parabéns também à Mãe do meu filho, Sara Costa, pois tem sido uma excelente Mãe.
Que tudo continue como desejas, com saúde amor e muita felicidade,  é este o meu desejo e obrigado por me aturares e me ajudares sempre que preciso.
Neste dia foi a por e a tirar a embarcação na rampa. És a Mãe mais linda do mundo, logo a seguir à minha Mãe :)