sábado, 13 de setembro de 2014

Pesca no Sado



Boas
Pois é verdade que já há algum tempo que aqui não vinha.
O tempo não tem sido muito e a vontade também não tem ajudado, é assim a vida, complicações e chatices que no fundo fazem parte dela e como ela às vezes nos prega grandes partidas sem estarmos à espera, tudo deveria ser mais simples e menos complicado mas faz parte do crescimento e de uma experiência que andamos aqui a passar.
Mas deixando as lamentações vamos falar de pesca., pesca fora e dentro do rio Sado.
Após duas tentativas de pesca em Junho e Julho nos mares lá de fora sem qualquer sucesso, resolvi iniciar aquilo que já deveria ter feito à mais tempo, pescar no rio Sado.
Após alguns relatos ouvidos este ano em relação à pesca no Sado por parte de outros pescadores e sabendo que as coisas andaram quentes por aqui em relação às douradas de Março a Julho, resolvi começar a explorar mais este rio e embora já fosse fora de tempo das ditas cujas valeu a pena pois iniciei-me na captura dos canivetes do berbigão e das ameijoas.



Mas vamos por partes, voltando às duas pescarias anteriores lá fora em Junho e Julho, tentei de tudo um pouco, quer em relação a profundidades quer em relação a locais diferentes e certamente que não me lembro de ter tido dias assim nos últimos anos.
Tentar compreender o que se passou é difícil de explicar, mas pelos relatos ouvidos de outros pescadores as coisas não andavam fáceis e dar com peixe seria tarefa complicada.
O tempo esteve estranho este ano, as temperaturas das aguas até estavam semelhantes a anos anteriores mas não consegui dar com eles quer nos locais habituais, quer em novos locais na casa dos 90 metros de profundidade ate aos 60 metros sendo que as capturas efectuadas foram uma ou outra cavala e uns carapaus.
Talvez seja a falta de pratica, talvez o stress e alguma desconcentração, talvez a inexperiência ou a falta de sorte, sei lá eu, são as variáveis todas juntas ou algumas em esquecimento.
Na minha teimosia lá tentei, mas conforme referi anteriormente sem sucesso, deveria mesmo era ter ficado cá dentro do rio e quem sabe poderia ter dado com as meninas douradas que tantas alegrias deram a muitos pescadores nessa altura quer em tamanho quer em quantidade.
Mas a pesca é isso mesmo as tentativas servem para aprender e ir tentando melhorar.

Das duas vezes que pesquei aqui no Sado em Agosto fui sempre apanhar canivetes, berbigão e algumas ameijoas, isto durante a maré vazia e depois com a enchente a tentativa de dar com as douradas.
O Sado tem estado cheio de embarcações e todos dizem que o rio está a melhorar e muito no que diz respeito a capturas, mas tenho tentado me afastar dessa confusão indo mais para perto da ilha do cavalo.
Das duas vezes que fui e pescando de uma forma diferente da que pesco habitualmente não consegui dar com elas.
Por aquilo que ouvi as capturas das meninas tem sido feitas à chumbadinha com lingueirão com casca e dois ou três anzóis em tandem, sempre perto dos cabeços a cerca de dois metros de agua, também me dizem que algumas capturas foram feitas com ganso e por isso também levei essa  isca.
Foram pescarias descontraídas levando sempre o meu filho, saindo tarde por volta das onze horas para apanhar a maré a baixar e puder capturar com ele e com o Gonçalo os canivetes, o berbigão e algumas ameijoas.



Depois com a enchente lá tentávamos com os canivetes com casca e os anzóis em tandem capturar umas douradas e o meu filho com o ganso lá ia capturando uns alcorrazes, caso contrário perde facilmente a paciência e a pesca torna-se uma seca para ele, é compreensível pois ainda não compreende que a pesca é mais do que as capturas, mas espero que com o tempo a paciência faça parte da sua maneira de ver a pesca e que me acompanhe em muitas pescarias futuras.





No final do dia e a pedido do meu filho lá fui à ilha como ele lhe chama, um cabeço aqui no Sado que mesmo com a maré cheia fica sempre a descoberto.
Na realidade ele gosta de ir variando, inicialmente estar na areia a apanhar canivetes e berbigão, depois pescar e no final ir brincar um pouco mais para a areia nos cabeços.
E foi neste cabeço que o Gonçalo deixando uma cana no porta canas do barco com lingueirão ainda apanhou um robalito que foi devolvido pelo seu modesto tamanho.



Deste cabeço ainda tentamos fazer um spinning quer com amostras quer com vinis mas sem sucesso.
Douradas nem uma, mas foram dois dias bem passados para relaxar um pouco e explorar um pouco mais do rio Sado.
Uma coisa é certa fiquei adepto dos mariscos de casca aqui do rio, à bulhão pato vai que nem ginjas.
Fico na duvida em relação à captura do lingueirão, pois proibiram a sua captura mas penso que é só para a pesca profissional e não para a pesca lúdica, pelo menos é essa a interpretação que faço da portaria n.º170-A/2014 que proíbe a pesca do lingueirão até Dezembro de 2015.
Resta esperar por dias melhores e como estamos perto da altura das douradas começarem a dispersar lá para fora espero conseguir dar com elas nos locais habituais dos anos anteriores, por volta do final de Setembro e até Dezembro.
Para finalizar aqui fica o vídeo da ultima de Agosto.